Cria do Santa Mônica Centro Educacional, Malu conquista sua primeira medalha de ouro no xadrez do Inter
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A primeira colocação de Maria Luisa Vieira, a Malu, no xadrez sub-18 livre do Inter 2021 representa fielmente a filosofia do Santa Mônica Centro Educacional (SMCE), inscrito por Cascadura, de formar atletas em suas unidades. Aluna da escola desde 2012, a jovem de 17 anos é cria do projeto esportivo do maior vencedor da modalidade na 39ª edição dos Jogos.

O xadrez começou na vida de Malu há cinco anos, quando ela resolveu aceitar uma sugestão da sua mãe. Nesta época, a enxadrista já estudava no SMCE, mas não tinha ideia de que poderia representar a escola na modalidade. Cinco anos depois, a recompensa chegou.

— Primeira vez estou sendo campeã aqui no Inter — revela ao receber a medalha de ouro na unidade de Bento Ribeiro do SMCE, onde a competição foi disputada.

Moradora de Campo Grande, a aluna do segundo ano do ensino médio falou um pouco do encontro com a equipe da escola, em 2017, numa competição, e da sua trajetória nos tabuleiros até agora.

—  Eu comecei a jogar xadrez quando tinha 12 anos, num projeto que tinha no meu bairro. Qualquer pessoa interessada podia participar e aprender a jogar. Eu fui mais na curiosidade, minha mãe falou que tinha uma amiga dela que levava os filhos e eu quis ver como é que era. Acabei gostando do jogo, peguei rápido o jeito e passei a disputar campeonatos. Num destes torneios, eu acabei esbarrando com o Clécio (Martins, técnico SMCE), lá em Campo Grande, num centro esportivo. Olhei para arquibancada e ele estava com o pessoal do Santa Mônica — conta Malu, relatando a sua abordagem:

— Como eu já era aluna do Santa Mônica, desde 2012, vi aquele pessoal com a roupa da escola e resolvi conversar com ele, trocar uma ideia e saber como funcionava o xadrez no colégio. Ele gostou de saber que eu era da unidade de Campo Grande e falou que ia ter um Intercolegial na Freguesia. Participei, pontuei um pouquinho mas já foi o suficiente para o Clécio me chamar para a equipe. Ele gostou do meu entusiasmo em jogar xadrez.

A entrada para o projeto esportivo do SMCE mudou bastante a vida da menina, que graças ao xadrez conseguiu continuar estudando na escola.

— Em 2018, ele contou sobre o projeto de esportes da escola e a possibilidade de ganhar bolsa pelo xadrez, se eu continuasse me esforçando. Comecei com 50% e me ajudou bastante porque meu irmão tinha nascido e quando uma criança vem tudo muda, inclusive os gastos. Eu ia sair do Santa Mônica e o Clécio me ligou confirmando a bolsa no dia em que eu estava fazendo matrícula em outro colégio. E assim estou até hoje como atleta da escola — diz.

Ano que vem, Malu poderá participar mais uma vez do Intercolegial e tentar o bicampeonato na categoria. Este é o objetivo a curto prazo. Quanto ao futuro, os planos não envolvem, pelo menos por enquanto, uma vida como profissional de xadrez, mas ela tem certeza de que nunca vai se separar do tabuleiro.

— O xadrez faz bem para mim. É maravilhoso para tudo na nossa vida. Eu gosto de fazer muitas coisas. Tenho o sonho de seguir carreira na área de direto, ser advogada, juíza... ir até o máximo que eu conseguir. O xadrez potencializou uma coisa de organizar meus pensamentos, me faz falar melhor. Antes eu não conseguia conversar direito, por conta da organização dos pensamentos. Isso melhorou bastante e tem muito a ver com o xadrez. É só você praticar para ver que muita coisa muda. Minhas notas foram lá em cima em matemática. Tudo o que precisa de raciocínio eu fui muito bem — encerra.

Na foto abaixo, Malu exibe a sua medalha de ouro.

FOTOS: Ari Gomes




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