Campeão do Inter como goleiro do Percepção, Ramon seguiu no esporte e hoje é técnico de futsal da escola
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Que o esporte transforma vidas, muitos sabem. Mas a história de cada um é diferente. Nos 40 anos do Intercolegial, o site oficial vai contar um pouco a trajetória de atletas que seguiram carreira no esporte após participar da competição. Ramon de Souza, atualmente é técnico de futsal do Percepção, de Irajá, e atuou como goleiro da escola em 2005, 2006 e 2007.

A equipe da Zona Norte estreou na primeira rodada e venceu por 2 a 1 o Colégio Estadual José Veríssimo, de Magé. Ramon, que era federado pelo Fluminense, não parou de orientar seus jogadores em nenhum momento, de forma enérgica, mas sempre com educação. Após a partida, aliviado com a classificação na categoria sub-18 não federada masculina, ele relembrou rapidamente a época de atleta.

— O Intercolegial na minha vida é tudo. Foi uma experiência ótima. É uma grande vivência para quem nunca jogou e mesmo para os federados, que era o meu caso, é muito bom. Uma competição grandiosa — diz Ramon, que sofreu um sério problema de saúde e teve de repensar a carreira:

— Não tinha planejado ser técnico do Percepção. Foi surgindo. Tive um AVC quando tinha de 13 para 14 anos. A parte esportiva sempre ficou no meu sangue. Eu como goleiro corria um risco muito grande continuar a jogar, pois poderia ocasionar outro AVC. Seguir a vida no esporte foi o melhor caminho.

Posição ímpar no futebol e no futsal, os goleiros costumam comandar suas equipes pela visão privilegiada e por atuar praticamente parado. A liderança de Ramon, que conquistou título e foi medalhista de prata pelo colégio, chamou atenção e ao concluir o ensino médio, ele não demorou muito a voltar à escola.

— Terminei os estudos em 2007 e já no ano seguinte passei a ajudar o professor William no Percepção, me formei e logo após passei a trabalhar com o Inter no mesmo colégio que estudei.  Para mim é uma experiência muito grande, como atleta e na minha profissão, que a gente leva para a nossa vida.

Ramon sofreu o AVC dez minutos após levar um chute na cabeça durante um treinamento e ficou com parte do corpo paralisada. Não teve sequelas, porém, ficou um ano sem atuar. O sonho de ser jogador profissional, no entanto, não pôde ser levado à frente.

— Depois, os médicos me liberaram, mas a gente vai até nosso limite. Escolhi outro caminho e procuro agora ajudar os jovens a buscar o caminho do bem, do esporte e mostrar que eles têm todo o futuro pela frente — afirma o professor (foto abaixo).


FOTOS: Ari Gomes





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