Banco de reservas do Cesc Suzano tem participação importante no título do handebol sub-16 masculino
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Um título é sacramentado com uma vitória na final. Mas uma conjunção de fatores levam um grupo à conquista. Muitas vezes, pequenos detalhes fazem diferença. Campeão masculino sub-16 no handebol do Intercolegial 2021, o Cesc Suzano mostrou um projeto consistente e  comportamentos que chamaram atenção. Um exemplo claro foi a participação dos atletas do banco de reservas.

Não é difícil de imaginar que todos os treinadores orientam os suplentes a incentivar os que estão em quadra, mas o que se viu na escola de Guaratiba foi bastante incomum. Um comportamento proativo durante todas as partidas, do início ao fim.

Além das comemorações efusivas, que são lugar comum, os jogadores procuraram incentivar o time e desconcentrar os adversários quando o Cesc era atacado. Os gritos de "defesa, defesa, defesa!!!..." eram ouvidos de longe. Outra estratégia era tirar a atenção do rival a cada passe com mais gritos: "ôôôôôôôô... ôôôôôôôô..." até a recuperação da posse de bola ou a conclusão da jogada.

Esta estratégia foi adotada repetidamente, nas três vitórias que deram o título ao Suzano Costa. Nenhuma das outras equipes participantes, incluindo os times femininos, fizeram algo parecido. A vibração nos gols, nas defesas dos goleiros, nas vantagens táticas obtidas tinham um algo a mais que as equipes campeãs buscam.

O técnico Davi Sermenho comandou seu time com maestria, dentro e fora das quatro linhas, mostrando conhecimento técnico e tático do handebol. Ele diz que, na preparação da equipe, como já era de se esperar, há um trabalho específico para os atletas que não estão em quadra e que podem a qualquer momento entrar no lugar de um companheiro.

— O banco joga. Sempre falamos isso lá no Cesc. Não existem mais hoje em dia no handebol atletas reservas. Todos eles fazem parte da rotação dos atletas e acabam entrando no jogo, em algum momento. A gente trabalha lá na escola com o conceito de sinergia, de trabalho em equipe. Todos juntos com objetivo em comum. Para o reserva é mais difícil, porque muitas vezes ele entra porque o jogo está complicado, com placar adverso, numa situação que não está a nosso favor. Tem que entrar bem atento, motivado. Então, manter essa motivação no banco é importante — afirma o professor, acrescentando que o desenvolvimento psicológico do atleta é fundamental:

— A gente trabalha bastante a questão mental dos atletas, para que eles estejam concentrados, para incentivar, não valorizar o erro. Tentamos valorizar o acerto, vibrar com os acertos, a cada defesa, a cada gol. O banco de reservas é o coração de cada equipe. Se você for avaliar um time durante um jogo, é importante ver como os atletas que estão fora da partida se comportam, porque isso diz muito sobre o trabalho em equipe. A vibração do banco é uma das principais características do esporte coletivo, de uma forma geral.

Os dois títulos deram ao Cesc Suzano a liderança na classificação geral do Intercolegial 2021, com 52 pontos, seis à frente do Santa Mônica Centro Educacional, que liderava a competição. Vale lembrar que o Intersolidário, realizado no primeiro semestre, rendeu pontos para a disputa do título geral dos Jogos. A iniciativa foi fez parte da Campanha Mesa Brasil Sesc RJ.

O Centro Educacional Recriando, de Jacarepaguá, ocupa a terceira colocação, com 28 pontos, seguido por Ciep Jean Baptiste Debret, de São João de Meriti, e Loide Martha, de Caxias, ambos com 26.

FOTOS: Ari Gomes




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